sexta-feira, novembro 22, 2024
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Adolescente de 14 anos é Denunciado pelo Pai por Nazismo

Adolescente de 14 anos é denunciado pelo pai por crime de racismo e adoração ao nazismo em Vila Velha. Polícia encontra materiais nazistas. Saiba mais.

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Um adolescente de 14 anos, morador de Vila Velha, foi denunciado pelo próprio pai por envolvimento em atividades relacionadas ao nazismo e supremacia branca.

O jovem fazia parte de um grupo de aproximadamente 30 pessoas que promoviam ideais nazistas por meio de um grupo de WhatsApp, onde os idiomas predominantes eram inglês e alemão.

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Segundo informações da Polícia Civil, o pai do adolescente registrou um boletim de ocorrência em fevereiro, após descobrir o envolvimento do filho no grupo.

O delegado Brenno Andrade, chefe da Divisão Patrimonial (DRCCP) e titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), explicou que a investigação começou com a denúncia do pai, levando à descoberta de materiais armazenados no dispositivo eletrônico do jovem.

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Confissão e Motivação

O adolescente foi intimado e, ao chegar à delegacia, confessou sua participação no grupo. De acordo com o delegado, o jovem inicialmente se interessava pelo nazismo de maneira histórica, mas seu envolvimento foi se aprofundando após um incidente na escola.

“Ele relatou que começou a adorar o nazismo e a supremacia branca depois que um colega negro discriminou outros alunos brancos”, explicou Brenno Andrade.

A mãe do adolescente, que é separada do pai, vendeu o celular do filho como forma de punição após descobrir os arquivos relacionados ao nazismo.

No entanto, durante uma busca realizada em setembro, a polícia encontrou um novo aparelho com mais arquivos de conteúdo nazista, indicando que o adolescente continuava envolvido com o grupo.

Materiais Nazistas e Ação Preventiva

Durante a busca na residência, a polícia encontrou bandeiras e quadros com referências ao nazismo e ao líder do Partido Nazista alemão, Adolf Hitler.

Brenno Andrade destacou que a ação foi conduzida de forma preventiva, com o intuito de avaliar se o adolescente tinha intenções de cometer ataques ou outros atos violentos, especialmente em escolas.

“A investigação preventiva é crucial para evitar tragédias que possam colocar em risco a vida de várias pessoas”, enfatizou o delegado, acrescentando que a importância desse trabalho é tão relevante quanto o combate a homicidas e traficantes.

Segundo ele, impedir que jovens se envolvam em crimes de racismo e ideologias de ódio pode evitar futuros ataques que afetariam inocentes.

O Papel das Redes Sociais

O delegado também revelou que o adolescente foi introduzido ao grupo de WhatsApp após descobrir um perfil em uma rede social, o TikTok.

A interação com um usuário dessa plataforma levou o jovem a ser incluído em um espaço virtual onde o nazismo e a supremacia branca eram amplamente discutidos e estimulados.

Acompanhamento Psicológico e Consequências

Após a denúncia, o adolescente iniciou um acompanhamento psicológico, mas, devido a dificuldades financeiras, o tratamento foi interrompido após três meses.

O delegado destacou que o adolescente confessou nutrir aversão a judeus, embora tenha afirmado não ter planejado nenhum ataque. Mesmo assim, Brenno Andrade ressaltou a importância de um acompanhamento psicológico contínuo para evitar que o jovem seja influenciado por grupos extremistas.

A mãe do jovem também foi ouvida durante a investigação e confirmou que o tratamento psicológico havia sido interrompido.

“É preocupante, pois o acompanhamento psicológico deve ser constante para evitar que esses jovens sejam influenciados por ideologias de ódio”, comentou o delegado.

Alerta aos Pais: Fiscalização é Essencial

O delegado Brenno Andrade fez um apelo aos pais para que fiquem atentos ao comportamento de seus filhos e monitorem o uso de dispositivos eletrônicos.

Ele destacou que muitos jovens são atraídos para grupos extremistas por meio da internet, e que a vigilância dos pais é uma medida preventiva essencial.

“Os pais devem ficar atentos ao que seus filhos estão consumindo nas redes sociais e fazer vistorias periódicas nos telefones. Muitos casos como este começam com interações online, que podem parecer inofensivas no início, mas evoluem para algo perigoso”, alertou o delegado.

Desdobramentos Legais

O caso foi encaminhado para a Vara de Infância e Juventude como crime de racismo, previsto pela legislação brasileira.

Embora o adolescente não tenha envolvimento com violência direta ou grave ameaça, ele permanece sob investigação, e a polícia continua acompanhando o caso para garantir que não haja riscos de ações mais graves.


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Héllio Almeida
Héllio Almeidahttps://boletimonline.com.br
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