O Programa Estadual de Desenvolvimento Sustentável das Unidades de Conservação (Peduc) se tornou um ponto de desavença entre os deputados capixabas. O projeto prevê a concessão de seis parques estaduais, incluindo Cachoeira da Fumaça, Forno Grande, Mata das Flores, Itaúnas, Paulo César Vinha e Pedra Azul, visando aliar turismo sustentável à preservação ambiental. No entanto, o tema divide opiniões na Ales.
Debate na Assembleia Legislativa
O deputado Mazinho dos Anjos (PSDB) é um dos principais apoiadores do Peduc. Ele acredita que o programa pode gerar um impacto econômico positivo e vê o turismo como uma fonte de renda e emprego para as comunidades locais. Para ele, a concessão é uma oportunidade para o Espírito Santo expandir o turismo, que ele considera uma necessidade em um momento de mudanças econômicas para o estado.
Por outro lado, a deputada Camila Valadão (Psol) adota uma postura crítica em relação ao Peduc. Ela ressalta que a concessão de parques menores e ecossistemas frágeis pode aumentar o risco ambiental. Camila teme que a exploração turística cause mais impacto que benefícios e defende que a preservação das áreas naturais seja o foco principal. Além disso, ela critica a ausência de uma votação formal na Assembleia sobre o tema, apontando que o processo de concessão foi feito via decreto sem a participação legislativa direta.
Audiência Pública e Vozes Divergentes
Diante da polêmica, o deputado Gandini (PSD) considera importante ouvir a população e esclarecer dúvidas, especialmente sobre o impacto da concessão na preservação ambiental. Ele também ressaltou que as comunidades locais não foram consultadas adequadamente. Gandini frisou a necessidade de garantir o acesso livre da população aos parques e questionou se o projeto realmente contribuirá para a conservação ou se trará mais exploração para áreas já em risco.
O Papel de Felipe Rigoni
Felipe Rigoni foi fundamental para a estruturação do Peduc e tem defendido o programa como uma estratégia de desenvolvimento sustentável. Segundo ele, o Peduc passou por estudos detalhados desde o início do ano e visa atender a vocação natural de cada parque. Em uma reunião com a Comissão de Turismo, ele expôs que a concessão permitirá investimentos diretos em conservação sem onerar o Estado e que o modelo prevê condições que asseguram a preservação dos ecossistemas.
Para Rigoni, a concessão não implica cobrança obrigatória para visitação, conforme sugerem rumores. Ele acredita que o programa ajudará a atrair novos investimentos para a região e que o desenvolvimento sustentável é compatível com a preservação.
Próximos Passos e Expectativas
A concessão dos parques capixabas será discutida novamente em uma reunião marcada pela Comissão de Meio Ambiente. Até lá, a divisão entre os deputados persiste, refletindo as diferentes visões sobre desenvolvimento sustentável, turismo e preservação. De um lado, há a defesa de um modelo de concessão com potencial econômico e sustentável. De outro, permanece a cautela com os riscos ambientais e a importância de uma maior participação da população nas decisões.
O debate deve permanecer acirrado até que todos os pontos estejam claros, especialmente para as comunidades próximas às áreas de conservação e para a população do Espírito Santo.
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