sexta-feira, novembro 22, 2024
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Família de jogador morto por tiro acidental doa seus órgãos

Murilo Costa, jovem jogador, morre após disparo acidental. Sua família doa órgãos e o caso ainda está sob investigação em Cariacica. Confira mais sobre o caso.

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Nesta semana, o estado do Espírito Santo foi abalado pela morte trágica do jovem jogador de futebol Murilo Costa Felix Oliveira, de apenas 14 anos. Murilo foi baleado na cabeça enquanto manuseava uma arma na casa de um amigo e, apesar de ter sido socorrido e internado, não resistiu aos ferimentos.

Após quatro dias de internação, os médicos confirmaram sua morte cerebral, levando sua família a tomar uma decisão emocionante e generosa: a doação de todos os órgãos possíveis.

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Murilo, que sonhava com uma carreira de sucesso no futebol, jogava como meio-campo no time sub-15 do Porto Vitória. Seu falecimento, ocorrido em um trágico acidente doméstico, gerou comoção não apenas entre familiares e amigos, mas também na comunidade esportiva e nos colegas de escola, que expressaram seu luto de várias formas.

Leia também: Jogador do sub-15 tem morte confirmada após tiro acidental no ES

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O acidente que tirou a vida de Murilo

Tudo começou de forma inesperada. Segundo o relato da Polícia Civil, Murilo estava na casa de um amigo em Cariacica, onde o grupo de adolescentes manuseava uma arma de fogo. A arma, um revólver calibre .38, pertencia ao pai de um dos adolescentes, que mantinha o armamento guardado em um cofre. A tragédia aconteceu quando a arma foi disparada e atingiu a cabeça de Murilo.

De imediato, o jovem foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado ao Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória, em Vitória.

Murilo lutou pela vida durante quatro dias, mas os ferimentos foram graves demais. Sua morte cerebral foi confirmada pelos médicos na tarde de quarta-feira, 25 de setembro, deixando familiares e amigos devastados.

Decisão da família: Doação de órgãos em um momento de dor

Apesar do luto, a família de Murilo demonstrou um incrível ato de solidariedade. Após ser informada sobre o diagnóstico irreversível, o pai do jovem, Abraão Nascimento Oliveira, reuniu todos os familiares para discutir a possibilidade de doação de órgãos.

Abraão explicou que, mesmo diante da tragédia, eles viram na doação uma oportunidade de transformar sua dor em esperança para outras famílias.

“O estado do meu filho estava muito grave, e sabíamos que ele não iria voltar. A equipe médica nos orientou sobre a doação, e todos concordamos. Foi uma decisão unânime”, relatou o pai emocionado durante o velório.

Coincidentemente, o dia 27 de setembro, data em que a família se despediu de Murilo, é marcado como o Dia Nacional da Doação de Órgãos, o que sensibilizou ainda mais aqueles que estavam presentes no velório e souberam que o coração do jovem já havia sido transplantado para outra pessoa.

Velório e homenagem ao jovem atleta

O velório de Murilo começou na quinta-feira, 26 de setembro, e continuou até a manhã do dia seguinte, na igreja frequentada pela família, em Campo Grande, Cariacica. O local estava repleto de amigos, familiares e colegas, que vieram prestar suas últimas homenagens ao jovem.

A camisa 10, usada por Murilo em suas partidas de futebol, foi cuidadosamente colocada sobre o caixão, junto com a chuteira que tanto o acompanhou nas vitórias dentro de campo. Essas lembranças simbolizaram a paixão que o jovem sentia pelo futebol, esporte que ele tanto amava e que, segundo o pai, ele conciliava com os estudos, sonhando em se tornar um grande jogador profissional.

Os amigos de Murilo também prestaram suas homenagens emocionadas. Davi Raimundo Machado, companheiro de equipe, lembrou com carinho da amizade e do talento de Murilo. “Ele sempre chegava sorridente nos treinos, não arranjava problema com ninguém. Era o nosso camisa 10, jogava muito, e vai fazer muita falta para o time”, contou o colega de equipe.

Os colegas de escola também participaram da despedida, escrevendo cartas em agradecimento pela amizade e pelos momentos vividos com Murilo. Foi um adeus carregado de tristeza, mas também de muitas lembranças felizes.

A investigação policial e os próximos passos

A morte de Murilo ainda é alvo de uma investigação detalhada pela Polícia Civil. O adolescente de 15 anos, que estava com Murilo no momento do disparo, foi apreendido e autuado por ato infracional análogo à tentativa de homicídio. Com a morte de Murilo, essa autuação pode ser reclassificada nos próximos dias.

O revólver usado no acidente, segundo as primeiras investigações, pertencia ao pai do adolescente e estava guardado em um cofre, ao qual o jovem tinha acesso. A arma foi adquirida de maneira irregular e não tinha registro legal, o que levanta novos questionamentos sobre a responsabilidade do pai e sobre como o armamento chegou às mãos do adolescente.

Nos dias seguintes, a Polícia Civil deve realizar uma reconstituição dos fatos para entender melhor como o disparo aconteceu. Embora a versão inicial afirmasse que Murilo teria disparado acidentalmente contra si mesmo, os laudos periciais sugerem que o ferimento não é compatível com essa versão, o que torna a investigação ainda mais delicada.

O legado de Murilo: Uma vida que salvou outras

Embora a tragédia tenha levado a vida de Murilo de forma tão precoce, seu legado de solidariedade e amor ao próximo ficará marcado. A decisão da família de doar seus órgãos representa uma chance de vida para outras pessoas que aguardavam por transplantes, como o receptor de seu coração.

Em um momento de tanta dor, a família de Murilo conseguiu transformar a tragédia em esperança para outras famílias, dando ao jovem atleta um legado que vai muito além dos campos de futebol. Ele não será lembrado apenas como o promissor camisa 10 do Porto Vitória, mas também como um herói que, com sua partida, salvou vidas.


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Héllio Almeida
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