Em Aracruz, as manifestações de indígenas Tupinikim e Guarani das aldeias Pau Brasil, Irajá e Boa Esperança marcaram a sexta-feira (25). Os protestos criticaram o acordo de repactuação firmado pelo desastre da Samarco/Vale-BHP, em que não houve consulta direta aos povos indígenas afetados. Para as lideranças locais, o processo de repactuação ignora os direitos de participação das comunidades, garantidos por lei.
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Por isso, os indígenas bloquearam quatro pontos das rodovias estaduais ES-257, ES-45 e ES-010. Com cartazes como “Não à repactuação” e “Direitos não se negociam”, manifestaram insatisfação com o acordo, que foi negociado sem ouvir as comunidades locais. Alice Francisco, representante da aldeia Pau Brasil, destacou que os povos indígenas têm o direito de participar de decisões que impactam diretamente suas terras e modos de vida, conforme a Convenção 169 da OIT.
Impacto da Repactuação nas Comunidades
As lideranças afirmaram que a exclusão nas negociações representa uma afronta ao direito de consulta e à autonomia cultural dos povos indígenas. A expectativa das aldeias é que o governo considere suas demandas, estabelecendo um diálogo verdadeiro para tratar dos efeitos duradouros do desastre e garantir a preservação de seus territórios e tradições.
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